quarta-feira, 17 de abril de 2019

O “ANALGÉSICO” DA ALMA!



Cutting = AUTOMUTILAÇÃO - As grandes vítimas se encontram, geralmente, na fase da adolescência, a idade das emoções.

É uma prática que consiste em fazer pequenos cortes no corpo.
Imagens retirada da internet

Automutilação é um problema que precisa de atenção e cuidado, por meio de avaliação.

É muito importante que a escola e a família estejam atentas aos adolescentes que venham praticar o cutting (Automutilação) prática que está ganhando uma perigosa popularidade.

É um transtorno que tem idade para começar, mas não para acabar. O início do quadro ocorre na adolescência, geralmente entre 13 e 15 anos, tende a diminuir depois dos 20 anos, mas, se não tratado, pode perdurar por muitos anos, pois a pessoa sente-se incapaz de parar com tal prática. 

Mesmo não sendo regra, em alguns casos mais graves o indivíduo pode tentar se ferir de maneira mais violenta, levando a danos maiores e até fatais.

Infelizmente, A AUTOMUTILAÇÃO ESTÁ SE TORNANDO UMA EPIDEMIA, sobretudo por causa das redes sociais, o principal público atingindo são meninas de 13 a 17 anos. Nessa idade, a pessoa não tem a personalidade formada e assume um comportamento de grupo altamente perigoso. Muitos acabam praticando algum episódio para tentar acompanhar um grupo, sendo uma experiência dolorosa, a maioria dos adolescentes acaba interrompendo o comportamento. Porém, quando a automutilação continua, comumente é porque estamos diante um jovem que vive em grande sofrimento emocional.

A dor de um adolescente que se automutila é grande, ele recorre a mutilação com o intuito de a dor no corpo amenizar a dor na alma, (o corte alivia a dor psíquica), no entanto, logo após o alívio, vem uma sensação de vergonha, de arrependimento, de ser descoberto no seu ato, a pessoa sente culpa e medo, sentimentos que fazem com que o adolescente se isole e se sinta sozinho.




Na minha prática clínica, já tratei de muitos casos de automutilação e o que se vê é que não conseguem expressar através das palavras a sua dor física ou emocional. A automutilação é uma tentativas de se comunicar, de dizer da dor e do sofrimento apesar da falta de palavras ou da falta de escuta. 
A automutilação é uma tentativas de se comunicar,
de dizer da dor e do sofrimento apesar da falta de palavras

A motivação referida pelos pacientes é que eles se cortam para:
- “aliviar uma sensação ruim”,
- “sinto alívio na dor sentimental, troco-a pela física. Pelo menos por um momento eu me sinto livre de tudo.”
- “É mais forte do que eu”, 
- “É um vício, me corto mais e mais e, mesmo sabendo dos danos que podem acontecer, não consigo parar”

Cada indivíduo que o pratica poderá dar uma explicação para suas próprias ações. O certo é que há um sofrimento que não pode ser ignorado.

A automutilação não tem como objetivo chamar a atenção, é usado como um escape para aliviar a tensão. Quem o pratica não quer que os pais saibam, o fazem escondido, na sua maioria, tentam esconder as suas marcas e têm vergonha do seu ato de autoflagelo. Sabem que as pessoas reprovam essa atitude. Raramente pedem ajuda.

Sinal, de alerta, que deve despertar a atenção dos pais: 

- Um dos sinais mais peculiares da prática de automutilação é o uso de roupas compridas, mesmo em dias de calor, para esconder as marcas.
Obs: Geralmente os cortes são feitos em locais mais fáceis de serem cobertos, como braços, pernas e abdome.

É importante, também, ficar atento as mudanças bruscas de humor, hábitos ou horários, pois a alteração de comportamento dos adolescentes pode ser um indicativo de que estão com problemas.

É fundamental que os adultos aprendam a conhecer seus filhos!

Grande parte dos pais sequer percebe que os filhos têm se cortado com canivetes, lâminas de barbear e até lâminas de apontadores de lápis.

Se um pai ou mãe descobrir sobre a automutilação do filho não entre em pânico, Manter a calma será muito importante. O acolhimento amoroso dever ser a primeira reação. Será fundamental adotar uma postura de disponibilidade para escutar Não pergunte diretamente sobre a automutilação, pergunte o que o faz sofrer, mostre interesse por aquilo que o jovem pensa e sente, dando-lhe espaço para partilhar, mas não o obrigando.
Em seguida, ao tomar consciência da situação do filho, os pais devem procurar ajuda profissional. Geralmente uma ajuda psiquiátrica é necessária, aliada a psicoterapia.

Caso a escola seja a primeira a perceber, deve comunicar os pais e não somente achar que é um fenômeno passageiro ou da moda. 

Lembre-se dizer apenas para parar de fazer terá pouco efeito.

A pessoa só se livra do vício se auxiliada por um profissional que vai dar voz a essa dor, muitas vezes inconscientes, que a levam à automutilação.

TRATAMENTO 
A automutilação (cutting) não pode ser tratado apenas com medicamentos. A psicoterapia é fundamental!

A psicoterapia é fundamental porque é o espaço em que ele é autorizado a falar das suas dores emocionais, físicas e da sua angústia. É onde ele será acolhido na sua individualidade.

Cabe salientar que a automutilação, muitas vezes, está relacionada a outros problemas psicológicos, como depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), ansiedade e transtornos alimentares.

A duração do tratamento depende da gravidade das lesões e do tempo das práticas de automutilação.


Psicóloga Joselaine Garcia
CRP/RS 18.433
Psicóloga Clínica
Especialista em Hipnose Condicionativa
Especialista em Hipnoterapia  cognitiva
Pós graduada  em Docência Universitária

Psicóloga laureada com diversos prêmios: Internacional, Nacional e Estadual 

CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA 
Rua Barão do Rio Branco 1701, sala 101  | Fone : 55. 99167-7928
CRUZ ALTA RS,

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